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Ema, as placas de desejos do Japão

Quem circulou pelos templos ou santuários do Japão, e até mesmo pela net, já viu diversos modelos dessas placas de madeira que, a princípio, enfeitam e despertam curiosidades, mas muitos desconhecem o significado.
Essas placas tem origem xintoísta, também encontradas em templos budistas para escreverem desejos ou agradecimentos.
Ema é escrito com esses 2 ideogramas, kanji, 絵馬 , que significa placa de madeira. Separados, esses ideogramas tem signficados; o primeiro 絵 significa imagem e o segundo 馬 significa cavalo.
Ema surgiu de uma antiga lenda, em que o cavalo era veículo dos deuses e, no período Nara, os cavalos eram doados aos santuários para pedir uma graça. Acreditavam que os deuses estariam mais propensos a ouvir orações e cumprir os desejos. Como os cavalos eram caros, passaram a oferecer imagens em madeira, argila ou papel.
Por isso, alguns templos ou santuários ainda exibem desenhos do cavalo nessas placas.
No período Muromachi surgiram placas com desenhos de outros animais, como raposas nos santuários com denominação Inari.
Hoje em dia é muito comum encontrar diversos tipos de desenhos nas placas e não existe uma regra, cada templo ou santuário faz a sua imagem - muitos deles inovadores - geralmente relacionada à dedicação e com a palavra 願意, que significa desejo.
Alguns templos ou santuários tem dedicação especial à família, crianças, saúde, fortuna, fertilidade, etc., além de outros, e decoram essas placas com a especialidade.
Por exemplo, o santuário Tagata, de Komaki, conhecido como Tagata Jinja, cuja dedicacão principal é a fertilidade, além de boa colheita, as placas tem desenhos de crianças ou do falo.
No Hakuto Jinja, Templo do Coelho Branco, o tema é o amor e fertilidade, simbolizadas pelo coelho.
No Santuário do Amor, em Gamagori, ema diferentes: são corações que se prendem com cadeados, simbolizando amor eterno.
Em Fushimi Inari Taisha, dois tipos de ema bastantes originais: abaixo, com formato de rosto de raposa, ou inari, a quem o santuário é dedicado, cada um faz o seu desenho.
E claro, o santuário conhecido pelos portais, tem ema em formato de torii.
Abaixo, uma forma diferente de pendurar ema.
Encontrei este painel de ema diferente em Nikko, as placas não expõem os nomes, pois ficam de lado.
Ema abaixo, com círculos vazados, espelhados, muito bonitos.
Ema da sorte? São do Manekineko, o gato da sorte
Em Tsushima Jinja, por ocasião do evento Shichigosan.
Nestas, escrevem-se pedidos para que as crianças cresçam saudáveis.
Esses são modelos tradicionais de ema, geralmente assim expostos.







As placas ficam penduradas em locais específicos em templos ou santuários até que o kami, ou deuses, recebam os pedidos.
Escrever em ema tem suas regras, não basta fazer o pedido apenas.
Os pedidos ou agradecimentos são escritos detrás da imagem. Até aí não há dúvida, óbvio.
Deve ser escrita em caneta de tinta preta permanente.
O desejo deve ser escrito de forma simples e educada.
Deve conter nome e endereço. Em alguns templos é possível proteger as informações pessoais com adesivos, mas ao que parece ninguém se preocupa com esse detalhe, embora nem todos coloquem.
Podem ser escritos vários desejos, porém recomenda-se escrever somente um, o mais importante.
Se o templo ou santuário que tenha dedicação especial a um desejo fique muito longe de sua casa, não tem problema, dedique suas orações e faça no mais próximo.
Porém, caso tenha a graça recebida, deixe o oreimairi (orei=gratidão, mairi=rezar) no templo ou santuário. Os japoneses costumam fazer o orei, ou agradecimento, uma forma de reconhecimento com dinheiro.
Orei pode ser traduzido como gratidão, agradecimento e também com presentes, geralmente dinheiro, para representar o agradecimento. O dinheiro deve ser colocado em envelope especial.
A venda das ema, assim como amuletos,  ajudam a manter templos ou santuários financeiramente.

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