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Shichifukujin, os 7 deuses da sorte do Japão

Toda cultura tem um pouco de superstição.
Números tem considerável importância, tendo os da sorte e do azar.
No Japão, os números 4 (pronunciado "shi") e 9 (pronunciado "ku") são considerados de azar, por causa da pronúncia.
"Shi" significa, também, morte e "ku", agonia ou tortura.

7 é um número auspicioso em quase todos os países do mundo, não sendo exceção no Japão. Este número é incluído em vários termos, por exemplo: 7 maravilhas do mundo, 7 pecados mortais, 7 virtudes, 7 mares, 7 dias da semana, 7 cores, 7 anões, etc...
Budistas acreditam em 7 reencarnações.
Japoneses comemoram o sétimo dia após o nascimento de um bebê e, assim, como os cristãos realizam culto uma semana após a morte e, novamente, depois de 7 semanas.
Não descobri a razão, mas não é de estranhar porque há 7 deuses da sorte.
Shichifukujin (七 福神) significa "Sete Deuses da Sorte", fazem parte da cultura, do folclore japonês e do xintoísmo.
Shichi (sete) Fuku (sorte) jin (seres) são divindades retratadas (de aparência cômica) em conjunto, sobre um navio de tesouro (takarabune).
Carregam vários itens mágicos como um chapéu invisível, rolos de brocado, uma bolsa inesgotável, chapéu de chuva de sorte, mantos de penas, chaves para o tesouro divino, livros e pergaminhos importantes.
Desde o século XV (Era Muromachi), os Shichi-fuku-jin tem sido importantes na cultura japonesa. Eles vem de diferentes partes da Ásia, principalmente da China, Índia e Japão (claro), e de diferentes religiões: Bramanismo, Budismo, Taoísmo e Xintoísmo. Aparentemente corteses e eruditos, foram popularizados pelos agricultores, comerciantes e artesãos. Os tesouros deles não são ouro ou jóias, mas coisas práticas como arroz, peixes e dinheiro.
Na Era Edo (século XVII) a tradição se popularizou.
Estas divindades tem merecido especial foco pelos japoneses. Os deuses chegam a cada dia 31 de dezembro em seu navio de tesouro para distribuir presentes de felicidade e sorte para os crentes. Faz parte da tradição, antes de se deitarem, crianças colocarem imagem dos deuses sob o travesseiro para garantir um Ano Novo feliz e próspero.
Os costumes não são adotados somente pelas crianças.
Durante os primeiros 7 dias do ano, famílias inteiras vão visitar templos e santuários para demonstrar respeito ao Shichifukujin.

Os 7 deuses:

Ebisu, deus dos pescadores e da riqueza
Como ele chegou a partir do mar, garante viagens seguras aos marítimos. No campo, é considerado guardião das plantações de arroz, agricultura em geral. Agricultores, fornecedores e comerciantes adotam Ebisu para a prosperidade em troca de seu trabalho duro. Por isso, é o mais popular dos deuses.
É filho de Daikoku e, muitas vezes, aparecem juntos em desenhos, pinturas, esculturas.

Daikoku é o deus da riqueza e dos fazendeiros. Além de abençoar para uma boa colheita, garante prosperidade no comércio e aos trabalhadores da cozinha. Quem sonha com riquezas financeiras tendem a adorar esse deus.
Usa roupas de caça antiga, capuz ou gorro. Está sempre em pé ou sobre fardos de arroz. Sua protuberante barriga indica que está bem alimentado e próspero. No saco ao ombro, carrega tesouros: o da sabedoria e paciência.
Antigamente, os tesouros eram arroz para superar a fome. Hoje, pilha de dinheiro e para o futuro: tempo livre.
Carrega na mão direita um martelo de madeira que, ao atingir, distribui sorte.

Fukurokuju, o deus da longevidade.
É um velho deus taoísta, baseado no velho sábio chinês Lao Tzu, famoso por realizar milagres, principalmente nos campos da longevidade e prosperidade. Portanto, Fukurokuju é a divindade da sabedoria, boa sorte, felicidade, riqueza, virilidade e longevidade.
Sua aparência é semelhante à de Jurojin, usa um longo, como um traje chinês e usa bengala para apoiar-se devido à avançada idade. Na bengala está amarrado um pergaminho onde estão escritos ensinamentos sagrados e toda a sabedoria do mundo. Carrega, ainda, um leque cerimonial. Tem testa alta, cabeça em forma de cúpula, careca e longa barba branca.

Hotei, o deus da felicidade
De rosto alegre e uma grande e gorda barriga. É um deus baseado no mortal chinês Zen, excêntrico monge budista.
Como Daikoku, é um deus da abundância. É também deus do riso e felicidade (que se consegue estando satisfeito com o que tem). Deus da alegria e satisfação no comércio, sua imagem é colocada em muitas entradas de lojas.
Simboliza uma alma benevolente. Carrega um saco (geralmente arroz) nos ombros. Sua bolsa nunca se esgota para que ele possa alimentar aos famintos.

Bishamon, o deus da prosperidade, da guerra e dos guerreiros.

Veste armadura, usa capacete e armado com espada.
Divindade budista da Índia, defensor da paz, protetor dos justos, da lei budista e símbolo de autoridade.
Traz boa sorte na batalha e na defesa.
Distribui tesouros e boa sorte aos pobres e pessoas dignas.

Juroujin, deus da sabedoria, riqueza e felicidade para vida longa, e também da longevidade.
Aparência semelhante à de Fukurokuju, usa longa barba branca, vestido como um sábio chinês e uma cabeça alongada careca, sempre sorridente.
Muitas vezes acompanhado por um veado, que é o seu mensageiro, além de tartaruga e tsuru, que simbolizam longevidade.

Benzaiten ( ou Benten), a deusa da música
Benten era um anjo de uma das 3 principais deusas indianas, Sarasvati, a deusa das artes plásticas: música, pintura, escultura, dança e literatura.
Esses atributos ajudam a suavizar a vulgaridade de riqueza monetária, e, portanto, esta deusa está incluída no grupo de sete. Embora Sarasvati seja uma deusa hindu, Benten veio ao Japão com o budismo.
É deusa da sorte, do amor, eloquência, educação, artes, ciência e padroeiro do estudantes, artistas, gueixas.
Suas virtudes incluem prosperidade, felicidade e longevidade.
Protege dos desastres naturais e dá a sabedoria para ter sucesso nas batalhas.
Única divindade feminina entre os Shichifukujin, carrega um bandolim japonês (biwa).
Sua imagem, muitas vezes, aparece montada em um dragão branco, serpente marinha ou serpente. Outras vezes, com braços múltiplos (4,6,8) que a permite realizar várias artes simultâneamente.

Imagens de Shichifukujin são vistas por todo o Japão, como estátuas de pedras, esculturas em madeira, gelo, acrílico e nos mais variados materiais e pinturas.

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Comentários

Anônimo disse…
Leh

que post ótimo. Super informativo, gostei da sopa das 7 ervas, e, você tem razão, o simbolismo do número 7 é forte.

Um feliz 2012 para você. beijos!
Kongming disse…
Adorei este artigo, está msm mt bom. :D
Unknown disse…
Eu nasci nesse dia 7 de janeiro isso explica tudo o que eu sou...
Unknown disse…
Meu nome é Leda Reiko Nakabayashi Shimabukuro, de São Paulo/SP/Brasil.
Certo dia, há menos de 10 anos atrás (rsrsrs), recebi a visita de uma representante (acho que era nissei) do Museu de Kobe. Deve ter sido um encontro espiritual, pois não restaram palavras, apenas a boa impressão de que carregamos os mesmos sentimentos em relação aos imigrantes. Jamais supus que desejaria reencontrá-la nesta vida. Seu nome devo tê-lo em alguma agenda. Marina talvez...
Tendo idealizado e coordenado os principais trâmites do Projeto Ashiato, eu sonho viabilizar mais registros de cunho histórico complementares. Mas, implacável, o tempo escoa entre meus dedos, indiferentemente à minha obstinação de homenagear os imigrantes. Tampouco a atual insuficiência financeira (hoje não me permito arcar com os custos, conforme o fiz no Grupo Nikkei de Promoção Humana para desempregados e Projeto Tadaima para ex-dekasseguis por 12 anos)arrefeceu-me o ânimo de realizar tal intento. Mas, como?!
Por isso, decidi perguntar-lhes se, por acaso, teriam alguma pessoa ou ideia para viabilizar este sonho, cujo entrave é de ordem financeira. Não obstante a pueril conduta (ainda me permito a imersão no sonho, tendo 68 anos), tenho pressa, pela contagem regressiva do tempo de vida útil que escoa na ampulheta.
Em suma: será que obterei alguma resposta positiva?
Tel. (5511) 3277-8214 Gráfica Paulo's
E-mail: ledareiko@yahoo.com.br


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