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Mujin Hanbai, o sistema de venda sem atendente no Japão

Assim que cheguei ao Japão - acho que poderia dizer primeiro dia, porque cheguei à noite e avistei já na manhã seguinte - havia, em frente a uma casa, uma caixa com alguns legumes ensacados e uma cestinha com algumas moedas. Confesso, tinha achado aquilo um pouco estranho, pois parecia um mini balcão de vendas, sem ninguém para atender.  Então, comentando com um encarregado de empreiteira, ele disse que aqueles legumes estavam à venda e que era normal no Japão, deixarem produtos à venda, sem nenhum atendente. Aquela casa, provavelmente, era de algum agricultor. Achei incrível!
A barraca, ou simplesmente uma mesa em frente à casa de agricultores, contém diversos ou apenas um produto, ensacadinhos, com sacolinhas disponíveis para levar a mercadoria. Uma caixinha ou qualquer outro objeto é utilizado para depositar o dinheiro, em japonês, okane,  お金.
Mujin Hanbai, 無人販売, Mujin = autônoma, não tripulada, neste caso, sem atendente Hanbai = venda, portanto, sistema de venda sem atendente.
Esse sistema de venda é muito comum em áreas rurais do Japão, porém pode ser encontrado em bairros, em frente às casas de agricultores.
Esta venda dá direito de provar o produto, disponibilizando palitinhos. Na seta branca, figura acima e, em vermelho, na figura abaixo. 
O dinheiro deve ser colocado na caixinha indicada com a seta branca, figura abaixo.
Algumas barracas são extremamente organizadas, numeradas, ensacadas, em datas próprias para venda dos seus produtos. Fiz uma >>> Playlist de vídeos que encontrei no YouTube, com os diversos tipos de produtos, barracas e formas de vendas sem atendentes. Não deixe de assistir, são muito interessantes.
Esse sistema não é aplicado somente em verduras, legumes e frutas. Já vi sites japoneses mostrando determinados tipos de peixes, em áreas de pescadores.
Em alguns templos, velas e incensos são deixados para que os fiéis comprem livremente.
E, da mesma forma, colocando o dinheiro no local indicado.

No Kakegawa Kachoen - que postarei oportunamente - as rações das aves são deixadas para que os visitantes comprem e deixem o dinheiro em uma caixinha. mesmo, onde não tenha nenhum movimento, o parque disponibiliza esse sistema.
E assim, muitos lugares optam por esse sistema de vendas, não se restringindo às hortaliças, frutas e legumes.
No primeiro lugar que trabalhei, os obentôs - marmitas japoensas - também eram deixadas para que cada um pegasse o que quisesse, apenas anotando, sem nenhuma identificação, o valor pago, deixando o dinheiro em uma caixa e fazendo seu próprio troco.
É a cultura da confiança do povo japonês, onde a honestidade tem sido uma marca.

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