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Templos budistas japoneses

Templos budistas e santuários xintoístas são os mais numerosos e famosos edifícios religiosos no Japão, que atraem turistas do mundo inteiro.
Com infinitas e milenares histórias e/ou lendas, outro atrativo são seus imponentes edifícios.
Muitos ainda desconhecem as diferenças entre templo (otera) e santuário (jinja), citando, geralmente, todos como templo.
Templos são budistas e santuários são xintoístas. Por isso, tenho utilizado, em postagens, a expressão templo budista e santuário xintoísta.
Como são duas religiões diferentes e, portanto, as práticas também são, é bom saber identificá-los para comportar-se adequadamente dentro deles, quando fizer uma visita.

No budismo japonês, estas são as mais famosas linhagens ou escolas: Zen, Tendai, Shingon, Nichiren, Jodo. Porém, dois templos (Todaiji, Nara, é uma deles) não pertencem a nenhuma. 
Embora tenha uma grande influência na sociedade japonesa e um grande número de seguidores, sendo a segunda religião, o budismo surgiu na Índia Antiga - e não no Japão -  espalhando-se pela Ásia. 
Convém saber que existem 2 tipos de templos budistas no Japão: familiares e  turísticos.
Templos familiares não são para visitação pública, tem cemitério anexo e é essa a função. Somente familiares das pessoas sepultadas visitam este tipo de templo, pois há somente um pequeno edifício para missas e túmulos.
Porém, pode ter cemitério anexo a um templo turístico, geralmente afastado dos edifícios.
Templos turísticos podem ser pequenos ou grandes. Os templos pequenos são gratuitos; os grandes, geralmente, cobram ingresso para manutenção do prédio, estátuas, bens culturais, etc.


Como reconhecer um templo no Japão:

• Pela denominação

Tanto os templos, como os santuários tem nome oficial e, muitas vezes, um nome popular.
A denominação oficial de um templo budista tem o sufixo 寺 - lido como "Ji" ou "tera" e "dera" (leitura associada a um nome) e significa templo.
Os nomes oficiais estão sempre afixados no portão ou portal da entrada, em japonês.
Atualmente, alguns templos tem colocado placas explicativas em inglês.

Em nomes populares, os templos budistas podem, ainda, ter terminações em "in" ou "kannon".

Vale ressaltar que ambos, templos ou santuários, tem diversos edifícios internos e, independente de budismo ou xintoísmo, leva o nome de "santuário interior" e não são denominados "jinja" ou "jingu", geralmente é utilizado o sufixo "in", pequeno santuário. Esses pequenos santuários internos são utilizados como local de orações ou agradecimentos.

• Portão - Entrada Principal

A entrada em templo budista tem sempre um portão, chamado Sanmon, que exibem, geralmente, a mesma arquitetura.

Nas imagens acima, Sanmon, Portão Principal dos templos Nittai-ji(Nagoya), Nanzen-ji(Kyoto) e Kiyomizu-dera(Kyoto).

 • Arquitetura do Salão Principal

Característica fácil de distinguir pelos detalhes: geralmente são feitos de madeira e o impressionante telhado, com beirais curvos, cobre todo o edifício.


• Guardiões de templo



Niō ou Oowaraji, que mostrei nesta postagem <<< clique se ainda não leu.

• Bandeira budista

Bandeiras coloridas podem estar no Sanmon - portão principal - Salão Principal ou outro edifício na área de um templo budista.
A bandeira, projetada no século 19,  é universal e usada pelos budistas do mundo todo. Introduzida no Japão em 1889 e adotada em 1952 como bandeira internacional budista. 
As  5 cores podem variar  em vermelho/azul/amarelo/branco/verde e vermelho/branco/amarelo/roxo/verde ou azul/vermelho/amarelo/branco/roxo, bem como os significados, que representam o espírito e as 5 sabedorias de Buda:
Azul/Verde = representa a cor do cabelo de Buda
Amarelo =  corpo de Buda
Vermelho= Vegetariano, representa o sangue de Buda
Branco = é a cor do dente de Buda
Laranja/Roxo/Preto= manto ou vestes de Buda. Muitos monges da Índia, Tailândia, Birmânia, usam mantos na cor laranja.
A sexta listra, se houver, é composta de todas as cores, representando os ensinamentos  das 5 cores.
Os significados variam em cada escola.

• Queimador de incenso

Kōro, incensário ou queimador de incenso é de origem budista.


• Traje dos monges que circulam no templo

Monges são de templos budistas e vestem uma espécie de manto, chamado Kesa, preto ou de outra cor, semelhante às batinas e, geralmente, usam chinelos. Dependendo do grau, se principiante, ou da cerimônia, os trajes mudam de cor e detalhes, mas seguem sempre o mesmo estilo.
Monge usando kesa preto.
Geralmente se vestem com o manto preto, mas as cores variam de acordo com a seita, posto ou grau de formação e ocasião.
Monges e monjas budistas tem a cabeça raspada ou cabelos bem curtos, rentes.

• Lanterna

Não é regra, devido ao tamanho do edifício, porém em grandes templos, uma enorme lanterna fica na varanda do Salão Principal e, em alguns casos, no portão principal como no Sensoji.




• Pagoda ou pagode

Chamados de pagoda (pagode, em português), representam memorial budista.
São torres com apenas um ou mais beirais.
Podem ser em madeira ou pedra.
Existem pagodes feitos de pedra pequenos e baixos.


• Sinos

Este tipo de sino é característica de templo budista, tocada em ocasiões especiais. 



• Interior do Salão Principal / Estátuas

Em templos budistas são usadas decorações douradas e, obviamente, com estátuas de Buda ou Bodsativa.
No interior, haverá estátuas de Buda ou Bodsativa, em diversas formas ou posições.



• Oração  

Em templos, é comum ouvir sutras e celebrações em qualquer época, que são, geralmente, particulares.
Fiéis de templos budistas fazem oração, que é silenciosa, com as mãos postas em estilo gassho, ou formato:  /\ como na foto acima.

Os edifícios, itens ou comportamentos são de origem budista, no entanto, podem estar em santuários xintoístas. Na postagem sobre as diferenças entre o templo budista e santuário xintoísta, explico o motivo e os principais pontos de identificação.

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