
Mesmo não havendo crise, em qualquer lugar do mundo, até em países desenvolvidos existirá pobreza. Seja ela material, temporária até...
Em tempos de crise, a realidade da pobreza aumenta.

Japão não é diferente! Não vemos pedintes nas ruas, mas próximas às estações é possível visualizar os sem-teto japoneses, os chamados homeless.
Eles não são maltrapilhos, muitos deles tem família. O governo dá ajuda aos que estão em situação mais crítica, chamada de auxilio-subsistência, que não pedem por vergonha, uma característica dos japoneses.
Moram em barracas, em praças ou embaixo de pontes e seus pertences são mínimos. Muitos são homeless temporários. Tem como ocupação catar latinhas.
Homeless é um termo que os japoneses usam para os chamados sem-teto, traduzido do idioma inglês.
Contrastando com a beleza imponente da megalópole Nagoya, numa noite fria de domingo, aos fundos da mais famosa estação, uma fila à espera de doação de roupas. Este é um trabalho feito por japoneses.
Aos sábados à noite, dois grupos revezam um sopão que é doado aos homeless, maioria japoneses. É possível contar ocidentais que ali aparecem, um ou dois.
Uma fila extensa forma-se à espera.
Faça chuva, sol ou neve, para quem tem a caridade como lema nada disso é empecilho para praticar.
Os homeless formam filas esperando a caridade de 2 grupos brasileiros, Núcleo Espírita Cristão de Toki-shi e Ichinomiya-shi (Laços Eternos).
Voluntários anônimos, sem nenhum interesse, que não se destacam na mídia (quando são citados ficam ocultos) e fazem questão de não aparecerem, em nome da caridade. São grupos espiritas, formados pela maioria e coordenada por brasileiros. Dois ex-homeless também fazem parte de um dos grupos.
O vídeo abaixo(que foi gravada em celular) foi virada por discrição. A preocupação aqui é apenas mostrar o tamanho da fila que se formou no último sábado, muito grande!
Fiz como foi solicitado, não identificá-los, borrando rostos, com o intuito de mostrar somente o tamanho da fila.
Este sopão é uma prática antiga de 2 grupos Espírita Cristão, no Japão, que revezam os sábados e distribuídos em uma praça de Sakae, em Nagoya.
Existe outro sopão distribuído por japoneses em outra praça, também aos sábados.
O trabalho começa bem cedo, nas manhãs de sábado. São todos voluntários, muitos saem de outras províncias distantes, adultos que levam seus filhos, moças e rapazes jovens que também levantam cedo para dar a sua contribuição. Alguns pais levam seus filhos pequenos, que acabam ajudando também. Um trabalho digno e merecedor de honras, pois é um ambiente acolhedor, de muito amor e companheirismo, onde se vê iniciativa e participação de todos.
Muito serviço desde a preparação, separação de ingredientes, cozinhando e embalando. Segue-se a limpeza do local e depois de uma dia inteiro, alimentos, roupas e, nesta época, kits de inverno, são transportados até Nagoya, viagem em torno de 1 hora.
Tudo é feito a partir de doações, seja de voluntários ou não.
Esta prática tem como base o Evangelho e a caridade:
“FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”
Nestas ilhas, já há muitos anos, existem muitos grupos formados por brasileiros que distribuem sopão. Do mesmo grupo espírita, em Tóquio, e em Hamamatsu, o Grupo Esperança, da Igreja Católica. Em Aichi, muitos grupos evangélicos trabalham em prol da caridade, fazendo o bem sem olhar a quem. Não há distinção de raça quando o princípio é a caridade.
Muitos japoneses sabem que o brasileiro é muito solidário estando em qualquer país do mundo. É possível sentir o carinho desses homeless para com os brasileiros.
Enfim, esta é uma das coisas que nestas ilhas tenho o maior orgulho!
Comentários
Em contrapartida o governo exige disciplina: tratamento para abandono do álcool e trabalho (via Hello Work). Muitos não querem se submeter a disciplina, principalmente no que diz respeito a bebida. Preferem continuar nas ruas, porque geralmente o trabalho vai ser ruim/pesado e fala alto o vício.
Aumentaram muito os casos dos homeless com essa crise. Triste
Abraços forte
infelizmente eles irão existir, seja lá por qual motivo, talvez até fraqueza espiritual, impotência diante da vida... vários motivos que deveriam ser cortadas pela raiz.
Mas como não é possível, vamos fazer a nossa parte.
Obrigada pelos comentários!
Abraços